Curitiba - Euturiel Moorset e Arthur di Medicci

Acordei em meu quarto com as cortinas bem fechadas, o quarto estava mergulhado em sombras, mas de algum jeito eu conseguia enxergar perfeitamente no escuro,. Levanto-me e pego o celular ao lado do travesseiro a tela estava acessa por causa de uma mensagem recebida, o relógio estava marcando 12:00, "Ainda bem que é sabado." jogo o celular novamente na cama.

-Droga, a mãe vai falar pacas na minha cabeça. – Abro a porta e a pouca luminosidade do corredor foi o suficiente para me fechar os olhos, mas continuo o meu caminho até o banheiro, onde escovo os dentes, conserto o meu piercing no septo que estava torto e entro no banho. Depois do banho me enrolo em uma toalha e volto para o quarto. Visto jeans uma camisa preta do Ramones uma de calças preta e calço o meu all star. Depois me dirijo até a sala e encontro com a minha mãe no meio do caminho – Bom dia mãe.

- Bom dia filho, e por favor, quando chegar de madrugada não deixe o seu skat atrás do sofá. – Ela afagou os meus cabelos como sempre fazia e fui tomar café, cato o meus óculos escuros no caminho para proteger os olhos da luminosidade. – Hum, hoje vou passar a tarde na pista tudo bem?

- Tudo bem, mas antes preciso conversar com você. – Gritou a minha mãe do quarto dela.

Eu e a minha mãe sempre nos demos bem, mas quando ela vinha com esse “preciso conversar com você” as coisas desandavam, eu não sabia quem era o meu pai, e minha mãe sempre falava que era melhor esquecê-lo e eu nunca volta no assunto. Eu e a minha mãe tinhamos uma vida boa, um apartamento confortável, uma vida financeira boa, minha mãe conseguia fazer as minhas vontades e as dela sem que nós passassemos necessidade e ainda conseguia guardar um bom dinheiro.

- Lá vem, se for sobre a faculdade, eu ainda estou pensando. – Ano que vem eu completaria 17 anos e minha mãe dizia que era a idade de pensar sobre o futuro. – Estou pensando seriamente, juro.

Quando minha mãe entra na cozinha carregando uma caixa de metal tão preto que parecia que a luz ambiente havia diminuído, a caixa nem reluzia como objetos da cor preta reluziam, ei não sabia o porque, mas uma sensação familiar emanava daquela caixa tão grotesca.

-Seu pai me deu essa caixa no dia em que você nasceu. - Ergui uma das sombrancelhas.
- Mãe você me disse que não queria falar mais dele, mas por que esse assunto agora? - Aquilo era estranho vindo dela, logo ela que sempre pediu para deixar esse assunto para lá.
- Por que ele voltou aqui onde a noite, e me disse que estava na hora de te dar isso e você saber a verdade. - Agora pela primeira vez na vida eu não sabia o que pensar e estava suando frio.
M-mãe... que verdade?
- O seu pai, meu filho, é um homem especial, muito especial, e você herdou isso dele. Você não é como as pessoas comuns e logo vai perceber isso, não posso mais manter essa vida afastada de você. - Ela abriu a caixa e tirou de lá de dentro uma adaga, uma adaga simples, mas de um metal negro como o metal da caixa. Ela extendeu a mão para mim, me entregando a adaga, minhas mãos se moveram por conta própria e peguei a adaga. - Agora você me dá armas?
- Essa adaga pode ser a sua salvação entre a vida e a morte. Arthur, essa adaga é de um ferro muito raro, um ferro divino, chamado Ferro Estígico, e ele veio do Rio que corta o território de seu pai, o Rio Estige.

Um lampejo passou em minha mente, de repente tudo o que eu havia lido naqueles livros de mitologia que a minha mãe havia me feito ler na infância, tudo aquilo passou pela minha mente e soltei uma risada.

-Você está dizendo que eu sou filho de Hades, o deus Grego do submundo? Mãe, acho que você está ficando meio lê lê da cuca.
- Eu não estou louca, isso é verdade, isso é completamente verdade. - E como para validar a maluca estória da minha mãe, a caixa de ferro virou fumaça e desapareceu no nada. Me levantei da mesa olhando assustado para a minha mãe, saí correndo da cozinha e no meio do caminho peguei o meu MP3 player e as minhas chaves. - Aonde você vai?
-Preciso pensar nessa estória maluca, preciso ficar sozinho. - Pego o meu skate e saio pelo porta do apatamento. Por eu morar em um prédio com apenas dois apartamentos por andar o corredor entre os apartamentos é apertado. Aperto o botão do elevador e assim que ele chega eu entro e aperto o botão do terrio.

Saio do prédio e subo no meu skate, o dia estava bem claro, como eu odiava, mas graças aos meus óculos escuro a luminosidade não se tornava algo tão ruim assim, vou andando sem rumo, fazendo manobras pela cidade, mas toda aquela estória ainda ecooa em mnha cabeça e para ajudar sinto o toque gélido da adaga na minha cintura, um toque muito reconfortante e familiar. Vou fazer uma manobra e caio, minha cabeça estava cheia de preocupação para eu conseguir andar em paz.

-Droga... - Passo a mão no rosto e sinto os meus piercings no nariz e nos cantos da boca. Quando levanto a cabeça estou em um lugar totalmente desconhecido, um lugar lúgubre, funestro, olho ao redor e me vejo no cemiterrio, solto uma gargalhada com aquela irônia. - O filho do senhor dos Mortos vir parar no cemiterrio, que piada. Curvem-se diante do filho do seu senhor.

Me sento em um túmulo qualquer, mesmo sendo uma irônia eu estava em paz naquele lugar, eu me sentia bem vindo. Como sempre acontecia quando eu ia a qualquer cemiterrio, a adaga na minhas cintura estava mais fria ainda, a pego e fico girando-a em meus dedos.

Não tomo um susto com o fantasma, mas fico espantado quando o diamante brota do chão, o pego e o coloco no bolso. Quando ouço os passos me levanto rijo como um tabua, sinto que algo está muito errado ali. Olho para o local de onde vem os passos e caminho lentamente, me preparando para qualquer coisa.

Sinto a Adaga em minha mão ficar leve, como se eu soubesse exatamente fazer naquele momento. Não tenho medo, meu corpo não tremi, mas continua rijo e todos os meus sentidos estão em alerta máximo. Sinto o diamante no meu bolso ricar um pouco pesado.

"De onde veio esse diamante?" Me pergunto mentalmente, quando lembro do diamante no meu bolso.

Olho para aquele monstro a minha frente, eu era um pouco mais do que ele, com meus 1,65 de altura. Espero que ele não tenha me visto e me escondo o mais silenciosamente possível atrás do túmulo mais próximo, e vou andando por entre os túmulos vizinhos, até ficar atrás do monstro.

"Ou eu sou o cara mais sortudo do mundo, ou o mais azarado, mas vamos ver se os filmes serviram para alguma coisa."

Assim que o monstro estiver de costas para mim procuro o momento perfeito e o local perfeito, para saltar em cima dele fazendo um rasgo com a minha adaga em suas costas de cima a baixo, depois de feito o ataque recuo de modo que tenha um espaço melhor para me defender de ataques feitos pelo monstro. Uso os túmulos como forma de proteção se precisar, acho que os mortos não vão se importar muito com coisas tão materiais. Percebo que não estava com a calça mais adaquada para uma luta, a calça jeans era meio aperada, e o diamante no meu bolso não ajudava muito.

"Isso não tá dando certo, óbvio né!"

Paro de saltar feito um macaco de túmulo em túmulo, giro a adaga na minha mão, tiro os óculos escuros e dou um olhar para o monstro do estilo: pode vir, que eu não tenho medo de você, e você terá uma morte rápida., em seguida recoloco os óculos escuros, desço do túmulo que estou e caminho calmamente até o monstro, mas fico atento a qualquer ataque que ele posso realizar.

No meio do caminho aumento a minha velocidade, e logo estou correndo em direção ao monstro, espero que ele faça o mesmo ou que fique parado no mesmo local. Enquanto corro análiso as minhas melhores possíbilidades, sinto que por algum motivo a lamina da minha adaga ficou mais fria, |Ataque Gélido|, continuo a corrida. Assim que me aproximo do monstro faço um rolamento para a direita, esperando surpreendê-lo já que eu estava atacando diretamente, para ficar as costas do mesmo e me ergo atacando as costas dele em um arco de baixo para cima.

Depois de realizar o ataque do monstro me afasto do mesmo sem tirar os olhos dele, esperando uma retaliação.

Nível 1 - Ataque Gélido: O filho de Hades, no momento do golpe, transformar sua lança em gélida, causando mais dano no alvo atingido. Requer 30 pontos de energia e entra em espera por 1 turno.

O meu ataque não havia saido como esperado, um corte na mão não era muita coisa, mas já ajudava um pouco. Me afasto do monstro e ele vem correndo em minha direção, aquilo poderia ser usado ao meu favor.

Espero que o monstro esteja bem concentrado em mim, espero ele correr e chegar um pouco próximo e pulo fora de seu caminho, se tiver que subir em cima de um túmulo próximo eu subo, se não somente saio e aproveito para tentar cravar a minha adaga no local mais acessivel e mortal no momento, conto com a sorte logo de inicio.

Depois de contra-atacar, me protejo o melhor possível de possiveis ataque do monstro.

Depois de atacar o monstro dou vários passos para trás até me encostar em um túmulo. Vejo que a minha adaga ficou presa no ombro do monstro, o que era bem ruim, mas para dar alguma esperança, o braço esquerdo do monstro está inutilizado, mas ele brande a sua cimitarra mortalmente na mão direita. Como ele está vindo em minha direção espero até que ele chegue mais perto e pulo para o lado esquerdo seguro a minha adaga e rasgo ainda mais o braço esquerdo dele.

Depois de recuperar a minha arma me coloco em posição de defesa e me preparo para me defender de ataques.

"Isso não foi nada inteligente"

Estava em uma situação pior ainda e aquele monstro estava me tirando do serio. O monstro começa a correr em minha direção, assim que ele estiver próximo faço um rolamento para a direita de forma a ir para o lado de esquerdo dele. Claro que ele deve parar de correr, então dou um chute em seus joelhos para fazê-lo cair, assim que ele cair arranco a minha adaga do ombro dele e a cravo em sua cabeça.

Se o rolamento não der certo e ele me acertar tento escapar de seus golpes e tento me levantar, e no próximo golpe seguro o braço do monstro e tomo a arma dele e o golpei com a cimitarra.

Já era tarde, muito tarde. A lua lá em cima estava cheia, lançando uma camada de prata por toda a cidade.
Eu observava o céu estrelado, enumerando as minhas constelações favoritas: Órion, Signus e A Caçadora, de longe a que eu mais gostava. Sempre gostara dos contos gregos que o meu pai lia para mim antes de dormir. Sonhava em algum dia realizar aqueles feitos: Atravessar o Mar de Monstros, destruir o Kraken, matar a Medusa... Atos grandiosos de homens que souberam, sim, o que era viver e morrer com glória.
Desviei os olhos para o meu cordão; um fio de ouro longo, com um relicário como pingente. Dentro, havia a foto de uma mulher loira absolutamente linda. Seus olhos, cinzas como o meu, expressavam profunda inteligência. Era a minha mãe. Eu não chegara a conhecê-la. Meu pai dizia que ela morrera em um terrível acidente, e ficava tão triste toda vez que eu tocava no assunto que, com o tempo, simplesmente resolvi deixar para lá.
A única coisa a mais que eu conseguira arrancar dele era que nós éramos muito parecidas. Não só por causa dos olhos, mas principalmente a personalidade. Eu era incrivelmente inteligente, mesmo para os padrões de Curitiba. Meu pai costumava dizer que eu era uma estrategista nata; calculista e fria com qualquer coisa que planejava fazer. E orgulhosa. Extremamente orgulhosa, mas acho que isso não tinha muito a ver com a minha mãe. Com essa personalidade, meus amigos eram poucos, e os mais estranhos possíveis. Eu estava feliz com isso.
Enfim, a minha vida era uma coisa bem esquisita, mas eu estava feliz com ela. Era normal, pacífica e feliz.
Ou quase isso.

Aquele monstro já estava me deixando louco, vejo que ele já está bem cansado, então vou tentar tirar proveito disso.

-Ei tampinha, quem é a sua mãe. Você monstros são filhos de chocadeira? - Uso o meu tom mais irritante com ele, e continuo atiçando-o até fazê-lo me atacar, espero que ele corra até mim, para ficar mais cansado ainda. Assim que ele começar a correr eu me preparo para dar um "olê" nele pela direita, de modo a passar pelo braço inutilizado, e chuto as costas dele para jogá-lo no chão. Com ele no chão imobilizo-o e tomo a sua cimitarra, e a cravo em sua cabeça.

Sinto uma imensa satisfação quando o monstro morre, vou até a minha adaga e a pego depois deito na grama para descansar um pouco, meu corpo todo tremi por causa da luta. Depois de um tempo me levantou e vou até onde havia deixado o meu skate, o pego e subo em cima dele, então começo a ir em direção à saída do cemitério, quando chegar a rua procuro uma lanchonete qualquer e vou até o banheiro lavar as minhas mãos e peço alguma coisa para comer e um suco para acompanhar.

Depois de comer subo em cima do skate novamente e faço o meu caminho para casa. Sobre o skate vou pensando sobre a luta com o monstro, em como havia ido mal e estava exausto, "vou precisar treinar mais, preciso melhorar isso.". Quando chego no meu apartamento dou com a minha mãe assistindo ao noticiário local, a ancora está falando sobre algo que aconteceu na periferia da cidade, mas estou exausto de mais para seque assistir televisão, coloco o meu skate ao lado da entrada como sempre faço. Vou caminhando até a área de serviço até que a minha mãe me chama.

- Artur? O que aconteceu? Você está horrível. - Ela estava com uma expressão muito preocupada, dou de ombros.
-Sai andando pela cidade e fui parar em um cemitério, até que apareceu um monstro e me atacou. Mas não foi nada, só estou cansado. - Digo antes que ela posso fazer um drama sobre isso. - Só preciso de um bom banho e dormir, pode ser?

Continuo até a área de serviço, pego a minha toalha, depois vou para o banheiro, cuido do ferimento no meu braço e tomo um longo e bom banho. Depois vou para o meu quarto, coloco a minha adaga no criado mudo ao meu lado e durmo pesadamente até a manhã seguinte. Acordo e faço todo o ritual matinal, minha mãe havia preparado um bom café da manhã e eu como estava com muita fome como igual um condenado. Meu corpo está todo doendo e com partes roxas, o corte no meu braço já está bem melhor, mas depois do café ainda faço um boa limpeza, para que ele não infeccione.

Passo quatro dias dentro de casa, estudando sobre mitologia grega, algo incomum para mim, mas se vou entrar em um mundo novo iria querer sabe o máximo possível, nas horas vagas me exercitava dentro de casa mesmo, fazendo abdominais, flexões de braço e correndo pela cidade a pé para aumentar o meu condicionamento físicos, não havia sido atacado por monstros durante esses quatro dias, as marcas da luta no cemitério já estavam desaparecendo, o corte no braço já estava cicatrizado, mas eu continuava cuidando dele. No quinto dia de manhã depois que tomei banho, me sentei na cama e preparei o meu equipamento, no dia seguinte a batalha um elmo e um peitoral haviam sido deixados na porta do apartamento por alguém e desde então venho colocando e tirando o equipamento para me habituar com ele, até havia corrido com ele para a adaptação ser melhor. Estava distraído com o equipameto quando ouço a batida da minha mãe na porta do quarto e a abro.

-Podemos conversar? - Ela está com o rosto ainda muito preocupado, eu nunca fui de falar muito, mas tenho certeza que ela estava com aquela pulga atrás da orelha.
-Claro, sobre o que você quer falar?
-Sobre aquele dia. Filho, você nunca chegou em casa daquele jeito...
-Mãe... Eu nunca havia enfrentado um monstro antes, eu preciso melhorar a minha técnica, e se aquele apareceu no cemitério devem ter outros por ai. - Digo no meu tom despreocupado e tranquilizador. - Eu vou ficar bem mãe, não se preocupe.

Dou um beijo em sua testa, visto o meu equipamento e saio do quarto, o elmo eu debaixo do braço e coloca a adaga na minha cintura, depois pego o meu skate e vou me aventurar de novo pelas ruas de Curitiba.