Palmas - Amanda Singer

Acordei com um pulo por causa do estridente barulho do despertador, queria dormir mais, mas eu já tinha despertado totalmente com o susto, e por ter lembrado do motivo de ter posto, aquela porcaria, para tocar aquela hora.

Fazia poucos meses que vim para esta cidade por causa do trabalho da minha mãe. Ela sempre trabalhou muito, e as vezes mudávamos de uma cidade para outra. Mas acabei me acostumando, eu não era boa para fazer amizades, mas sempre tinha poucas, mas boas amizades. Só que esse ano não aguentava mais suportar as garotas daquele colégio. Só que eu prometi a minha mãe me esforçar mais, então até agora não arrumei nenhuma grande confusão, mas isso sempre acontecia. Eu era o exemplo de desastre natural.

Já arrumada, desço as escadas e me deparo com a minha mãe na cozinha como uma louca... Isso só queria dizer uma coisa, a minha avo Stela, estaria aqui para o almoço. Por isso ela me fez acordar tão cedo, e estava agitada naquela cozinha. Minha avo é uma pessoa adorável, na menor parte do tempo, pois na maioria não.
Eu já sabia como ela era, para ela, nada agradava, e o que mais piorava o seu humor era quando falava sobre o meu pai. Mas ela sempre tocava no assusto, para ela " uma mulher, precisa de um marido para criar os filhos", pois depois da "morte" do meu pai, ela nunca mais quis arrumar uma marido.
-Amanda, por favor, seja educada!- Ela me olhava apreensiva. Suspirei,e concordei com a cabeça.
-Eu sou educada!
. . .

Já era um por volta das 2h da tarde,já havíamos almoçado, como sempre ouvimos alguma elogios da mina vó que logo foram seguidos de reclamações, e Stela falou sobre pretendentes para minha mãe, mas minha mãe conseguiu escapar dessa conversa. Consegui me livrar de “fazer sala” para a visita, e fui andar um pouco. Estava em um parque, sentei debaixo de uma arvore com um lago em minha frente.

Olho para alguns fios do meu cabelo pelo chão, sinto raiva de quem devia estar atirando essas porcarias. Vejo que apareceu do nada uma faca, mas preferi não discutir já que tem algum doido atirando flechas. Tento chegar mais perto do local de onde surgiu as flechas me escondendo pelas arvores. Só sei que quem fez aquilo com o meu cabelo vai pagar

"Vish, a mulher deve ser uma louca que achou um arco e flecha, e ainda fica me chamando de semideusa?!"penso "Que diabos é isso?"

- Acho melhor você descer dai! Você pode cair dai e se machucar!- Viro na direção da onde surgiu a voz, e me aproximo tentando ficar o mais próximo possível e tentar ver se encontro a mulher, mas continuo escondida.

A jovem se aproxima devagar da onde vem a voz da criatura. Ela ouve um barulho de galhos quebrando, olha para cima e vê um vulto pulando para outra árvore a distância e então com um salto gracioso, mas firme uma mulher com a pele totalmente branca, respiração rápida, com longos cabelos tão vermelhos que pareciam chamas, olhos da mesma cor e famintos. Um vestido negro e fino escorria até o chão e quando ela se deslocava uma perna mecânica aparecia, soltando rangidos aos movimentos e que pisava firme, agarrando o solo.

- É a hora de experimentar a maior dor que você já sentiu, semideusa tola.

E ela começou a avançar em sua direção, estalando seu Chicote Curto, estando, agora, a dez metros de distância.

Empousa 200/200 HP

"palavra não apropriada Que coisa é aquela" Não gritei, não é que eu não tivesse medo, é que a voz não saia mesmo. Nunca tinha visto aquilo, me arrependia de ter seguido as flechas, eu estava parecendo aquelas meninas de filmes de terror. Na primeira vez que tivesse visto a flecha devia ter saído correndo, pior agora só tenho uma misera faca... o que queria dizer uma coisa, teria que me aproximar...

Tinha que ir para mais perto e tinha que ataca-la sem que ela me veja... Jogo uma pedrinha em um tronco de arvore do lado oposto que ia, tentando que ela fosse para lá.

Esse monstro já tava muito chato, sai de traz da arvore. Mas continuo em uma certa distancia do chicote.

-O que você quer com isso afinal? - Fico preparada para qualquer ataque. Se e ela me atacar tento rolar para o lado dela e fincar a faca na barriga, ou pelo menos atingir o braço que segurava o chicote...

Eu sei que não vou conseguir desviar tão facilmente, mas se for para viver, algumas chicotadas não faram mal, já passei por machucados piores. Tento novamente atacar, só que no lado de dentro do braço do chicote, com a expectativa de conseguir a arma do monstro.

Sentia uma fisgada nas costas mas repreendi um xingamento, mordendo o lábio inferior, ela não vai ver a minha dor. Pelo menos possuía o chicote. Então dou uma chicotada no monstro, e com a outra mão me aproximo e tento fincar em seu pescoço.

Tento o mais rápido possível me levantar e esquivar do golpe. Já com uma certa distancia,corro para tentar pegar a faca. Vou para mais perto do lago enquanto ela corre atras de mim, e paro de costas para ele para quando ela se aproximar o suficiente, e esquivo para o lado do braço machucado, e tento novamente ataca-la no pescoço e tentando empurra-la, para cair no lago.

Como aquilo tinha acontecido era o que eu perguntava, a mulher virou pó diante dos meus olhos. No fim, peguei as moedas, e voltei para casa. Abri a porta devagar, pois não queria que a minha mãe me visse daquele jeito. Estava cansada, suada e com furos nas costas, manchando a camisa branca. Acho que aquilo assustaria um pouco a minhã mãe. Por sorte, Stela já havia ido embora e minha mãe estava lavando a louça agora. Aproveitei a deixa e subi as escadas o mais rápido possível.
. . .
Já havia tomado um banho bem quente para relaxar e dado um jeito nos ferimentos,na hora não tinha percebido mas estava toda dolorida, tinha certeza que amanhã acharia vários roxos pelo corpo. Não entendia o que havia acontecido, achava que estava ficando doida mas as marcas nas costas mostravam bem o que haviam acontecido no parque. Minha mãe tinha ficado preocupada com a minha demora porem eu tive que omitir aquilo.
Na minha mente ainda ecoava o que a mulher falará sobre eu ser semideusa, e que existiam mais deses semideuses. No fim, fiquei trancada no quarto apenas pensando no que havia acontecido até adormecer.

. . .
Acordei um um fio de luz que passava pela cortina,me cegando. -Droga! - Tento me levantar, mas sinto uma fisgada nas costas, logo tudo foi explicado, ontem não tinha sido um pesadelo. Me arrumei, e tomei café o mais rápido possível, e fui correndo para a biblioteca. No fim cheguei tão ofegante, que não consegui falar com a bibliotecaria sobre o livro que queria. Depois que acabei de falar sobre o assunto que queria, imediatamente ela escreveu em um papel aonde eu encontraria os livros sobre o assunto.
Por fim, peguei 3 livros, e me sentei em uma das mesas da biblioteca. O primeiro livro contava as historias dos deuses gregos, falavam que os deuses tinham filhos com mortais que eram chamados de semideuses e que eles eram perseguido por monstros. No outro, era apenas coisas antigas da Grécia, os monumentos, estatuas, vasos e ate mesmo aquela moeda deformada que o monstro deixou, "dracma" , que raios era aquele nome...Já no ultimo, falavam dos tipos de monstros e vingança dos deuses. EU estava passando as folhas aleatoriamente ate que reparei com uma figura muito parecida com o monstro de ontem, em cima da figura um nome "Empousa", então era isso...
Devolvi os livros e fui voltando para casa, e acada pessoa que passava eu olhava, aquilo estava me deixando pirada, disso tinha certeza. Mas deuses gregos não existiam, mas se fosse ver, até ontem monstros tambem não existiam... Mas semideusa? Aquilo não podia ser, meu pai tinha morrido.
Estava indo para casa, ate que fui parada pela irritante da Isabella e suas fieis seguidoras. Aquela garota com certeza me tirava do serio...
- Então mau corte tava na moda de onde você veio?- Aquela loira oxigenada fala com sua voz esganiçada. Lembrei do que havia acontecido com o meu cabelo por causa de ontem, mas preferi não responder, apenas desviei o caminho e fui embora. Ouvi as risadas das garotas atras de mim, não liguei, apenas segui em frente.

Hoje o dia estava um pouco fechado, tinha levantado preguiçosamente e me arrumado como sempre com roupas básicas,um jeans, blusa preta e coturnos e uma trança. Desço para o café, deparo com a minha mãe tomando uma xicara de cafe e sorri.
-Pronta para aula de artes? -Sorriu em resposta, minha mãe havia me colocado nessa aula para não passar os dias presa no quarto. Tomei rapido o meu café, e fui para a aula antes que me atrasasse mais.
A aula era em um dos prédios do colegio, a aula era no edificio mais novo. Achava que a sala estaria quase vazia, erro meu, tinha umas 15 pessoas, no qual que dedicavam a alguma atividade, ente pintar, desenhar, esculpir ou construir alguma coisa. Comecei com um esboço do monstro deu uns dias passados no papel, para começar a construir a figura do monstro com pequenos pedaços de metal, no fim ficou bem parecido. A professora passava entre as messas observando o que os alunos faziam, e uma vez ou outra opinava ou ajudava, até que parou na minha mesa.
-Vejamos o que temos aqui! - Ela deu um sorriso amarelo, ela se virou para o relogio - A aula acabou! Se quiserem podem levar seus trabalhos para casa, ou se não deixem aqui!
Peguei minhas coisas e guardei na mochila, já era uma das ultimas a sair, ate que a professora parou na minha frente.

Estremeci quando ela pronunciou a palavra pai, já sabia o que ia começar. Peguei a faca que estava em minha cintura com a mão direita e segurei com a outra as uma escultura pequena de algum aluno deixou.
-Meu pai? Ele morreu!- Falei um pouco irritada, mas apreensiva - O que você é afinal?!
Estava pronta para sair daquela sala, iria tacar a estatua, e aproveitar e sair logo daquela sala.

Saio pela porta da sala com insegurança, olhando-a para ver se não faria nada. Já fora do prédio penso nas ultimas frases da mulher. "Minha mãe!" é a primeira coisa que vem a cabeça e logo saio correndo. Chego na minha casa em poucos minutos e chamo minha mãe mas não houve resposta.