Rio de Janeiro - Luciano Costa, Harusklan e Dorothëa

por **Quíron** Sex Jan 18, 2013 1:43 pm

O tópico está aberto para postagem 24 horas por dia. O mundo é aberto, e os semideuses podem fazer qualquer coisa que quiserem nessa cidade, porém, tudo terá consequências. O primeiro post de cada semideus descreverá a sua situação na cidade. Tem casa, pai ou mãe, onde mora, qual a condição financeira, escola, trabalho, demais obrigações e etc.

Nesse primeiro post o campista contará um resumo básico de sua história SEM INSINUAR descendência divina, a não ser que já esteja reclamado, pois os deuses que definirão seu pai ou mãe divinos. Caso deseje, deixe sua preferência entre parênteses, porém só será levado em consideração se o semideus atender as características requeridas para o deus em questão.

O narrador poderá interromper o dia-a-dia do semideus a qualquer momento, lhe propondo uma tarefa ou batalha, sendo essa narração um pedido do semideus através do chatbox ou só a vontade do deus de narrar.

As armas iniciais e de reclamação serão materializadas no começo do tópico, já existindo no primeiro post, e caso a reclamação aconteça durante as narrações, a arma-presente se materializará da mesma maneira.

O objetivo principal é que os semideuses interajam na cidade e criem a vida do personagem, portanto utilizem todas as funções que o cenário propõe, tendo assim mais chances de encontrar desafios para subir de nível.

O campista pode ter de 8 à 17 anos e pode criar qualquer pertence, mas quando estiver no Acampamento, não poderão ser usados. Os pertences serão usados no primeiro enredo, e no mundo aberto quando estiverem nele.

por **Harusklan** Dom Jan 20, 2013 8:59 am

Terminei o 8º ano , vou entrar de ferias hoje, voltar para minha vidinha sem graça sem amigos,mas as vezes me sinto bem não tendo amigos, as vezes quero matar eles sem motivo algum,me sinto bem pensando nisso...
Vou para casa coloco minha mochila no armário e vou dormir.Acordo com minha mochilas nas costas,ela estava muito pesada,levanto e encontro uma foice toda ensanguentada
Vou para o quarto da minha mãe e vejo ela morta,achei estranho porque não senti sentimento algum,me senti bem,agora tudo faz sentido, tinha assassinatos em massa na minha rua,eu sou sonâmbulo,então eu que cometi todos aqueles assassinatos?
Pego minha mochila e minha foice e fujo dali, porque não iria demorar muito para a policia chegar e pegar o único suspeito dali...eu
Enquanto ando na rua percebo que todo mundo nem nota minha foice, que eu achei que seria um grande problema.
Já é de noite ,preciso de um lugar para me abrigar , vou ate um bar ,eram 20:30 da noite e uma criança de 13 anos não ficaria na rua ou em um bar a essas horas, não demora muito ate um velho muito estranho perguntar
-Quem é você meu jovem ? - e eu respondo:
-Meu nome é harusklan, não te importa meu sobrenome.
-Ha ha ha- o velho ri - Harusklan é um nome um tanto quanto estranho não? Então, porque você esta aqui? - E eu com mal gosto respondo :
-Quero um lugar para passar a noite...

por **Hera** Dom Jan 20, 2013 10:07 am

- Um lugar pra passar a noite? Você está sozinho, criança?... Bom, eu também estou sozinho. Pode vir comigo se quiser. Eu durmo logo ali.
O velho aponta para uma esquina e o menino vê algumas caixas de papelão juntas, com alguns cobertores velhos e sujos entre elas.
O menino olha novamente para o velho. Percebe pela primeira vez as roupas sujas e cabelos desembaraçados do senhor. Era um mendigo.

por **Harusklan** Dom Jan 20, 2013 10:18 am

Eu queria não aceitar, nao confio nesse velho...mas não tenho escolha
Então acompanho ele.
Com a foice em mãos vou ate as caixas de papelão e finjo dormir para ver se esse velho planeja alguma coisa...
Eu não deveria fazer isso... alguma coisa esta me encomodando
Eu levanto e pergunto -Quem é você?

por **Hera** Dom Jan 20, 2013 10:29 am

O velho, que já dormia, abriu os olhos assustado.
- O que foi menino? Por que está gritando? Só deite e durma.

Neste momento, ambos ouvem um som de rosnado vindo das sombras.
- Esses malditos cachorros... - o velho se levanta, tira um dos sapatos e vai na direção no rosnado para afugentar o cão.

Do meio das sombras salta um cão infernal, que abocanha o pescoço do senhor.
Eles caem no chão. Sangue jorra do pescoço do velho como uma cascata. O cão, ainda mordendo o mendigo, levanta os olhos e os fixa nos do semideus. As ruas estão praticamente vazias, iluminadas apenas pelos postes de luz. Pela posição da lua, percebe-se que é quase meia noite.

Cão Infernal: 250/250

por **Harusklan** Dom Jan 20, 2013 10:42 am

Oque é isso? Que cachorro mais estranho,mas ele me poupou de um trabalho que com certeza iria ter que fazer mais tarde
Pego minha foice e espero ele me atacar
Fico atento pela possibilidade de ter mais cães

por **Hera** Dom Jan 20, 2013 11:04 am

O cão infernal rosna e pula sobre Haru.
O garoto, com a foice na mão, se surpreende com o movimento rápido do cão. Ele cai sobre o menino, e o peso da foice os desequilibra. Os dois caem no chão.
Agora, Haru está de barriga para cima. Sua foice é a única coisa que o sepera de um cão infernal feroz - que está sobre ele.
As garras do cão e a queda tiram alguns pontos de vida do campista [-20]
[-25 de stamina]
Ele deve agir rápido, antes que o cão ache uma brecha para atacá-lo seriamente.

Cão Infernal: 250/250

por **Harusklan** Dom Jan 20, 2013 11:13 am

Com minha foice eu empurro o cão para sair de sima de mim
e cravo minha foice na barriga do cão
e vou para perto das caixas de papelão e me protejo com elas e com minha foice

por **Hera** Dom Jan 20, 2013 11:32 am

Haru empurra o cão, que sai de cima dele. Ele tenta um golpe com a foice na barriga do cão, mas não levanta com tanta rapidez e não é muito acostumado com a foice - de forma que o ataque acaba não ferindo muito [-40]
Ele tenta recuar para perto das caixas de papelão, mas o cão é mais rápido e ataca novamente, tentando mordê-lo.
Ele se defende com a foice, mas logo o cão conseguirá passar por sua defesa.
[-30 de stamina]

Cão Infernal: 210/250

por **Harusklan** Dom Jan 20, 2013 11:42 am

Eu chuto o cão e tento cortar a perna dele
Corro para um muro
E fico preparado para desviar do cão que esta mais lento pelo meu ataque

por **Hera** Dom Jan 20, 2013 12:09 pm

Haru consegue ferir o cão infernal com sua foice [-70]
Ele corre para perto de um muro, deixando uma abertura de alguns metros entre ele e o cão.
O cão agora está manco, mas o campista começa a se sentir muito cansado
[-15 de stamina]

Cão Infernal: 140/250

por **Harusklan** Dom Jan 20, 2013 12:13 pm

Nossa estou me sentindo cansado preciso acabar logo com isso
Espero o cão vir ate mim para dar o golpe final nele

por **Hera** Dom Jan 20, 2013 1:53 pm

O semideus espera pela aproximação do cão infernal e tenta dar um golpe fatal.
Ele golpeia seu pescoço com a foice, mas a falta de experiencia do garoto faz com que o golpe não tenha a profundidade desejada.
[-100]
O semideus agora está quase completamente exaurido de suas forças. Felizmente, o cão só precisa ser finalizado.
[-20 de stamina]

Cão Infernal: 40/100

por **Harusklan** Seg Jan 21, 2013 5:09 am

Isso foi fácil pensei naquele momento
Mas estou exausto, é melhor acabar com esse cão antes que ele faça o mesmo
Pego minha foice acabo com o cão, e procuro um lugar para dormir e recuperar minhas forças

por **Zeus** Seg Jan 21, 2013 7:20 am

O filho de Tânatos, sem dificuldade, dá o golpe fatal no inimigo. e acaba exausto, no chão. Depois de alguns minutos ele consegue se levantar, e agradece pela noite ter caído, o que o deixava mais confortável, porém teria que achar algum lugar para dormir.
Haru começa andar pelas ruas de Copacabana, o que não era muito bom para ele... Alguma viatura poderia parar facilmente um garoto com marcas de sangue.
Ao fundo, o maré estava alta, e algumas pessoas caminhavam na areia da praia.

por **Harusklan** Seg Jan 21, 2013 8:22 am

Esse sangue, o corpo, eu tenho que me lavar rápido
Vou ate a praia e me lavo com o mar, as pessoas olhavam o sangue em minha roupa algumas fugiram,mas uma garota da minha idade veio me perguntar
-Oque aconteceu com você?- e eu respondo-
-Fui atacado por cães, mas isso não te importa,oque você quer?
-Eu vejo tua roupa, esta com sangue, você esta sozinho, e esta exausto, você precisa de algum lugar para dormir... venha comigo
-Você não tem medo de mim?
-Não, eu ate gosto disso ...
Eu decido seguir ela.

por **Poseidon** Seg Jan 21, 2013 5:39 pm

A mulher que se oferecera para ajudar Harusklan era bela. No momento, usava apenas um biquini vermelho, sendo a parte debaixo um tipo fio-dental, bronzeada pelo dia e levemente molhada. Como havia acabado de cair a noite, tinha acabado de se bronzear.

Levou o rapaz para seu apartamento, no 3º andar de um prédio na frente do mar. A decoração e os objetos revelava o quanto ela não era pobre, como vasos aparentemente caros, pinturas belíssimas na parede, e outras coisas. Virou-se para ele e sorriu.

- Vou tomar um banho agora, pode me esperar aqui na sala? Pode ver TV, se quiser. - Esperou a confirmação do menino antes de ir para o seu quarto, pegar a sua roupa e fechar-se no banheiro. O sofá era bastante confortável, e a TV um bocado grande.

por **Harusklan** Ter Jan 22, 2013 5:31 am

Eu espero no sofá, ligo a TV e vejo no noticiário a noticia do assassinato da minha mãe
-Pelo menos não mostraram meu nome
O jornalista fala que eu estou desaparecido, e que eu sou o único suspeito.
-Eu tenho que sair daqui, não vai demorar muito para eles me acharem,vou ficar a noite aqui para me recuperar e saio logo de manha...
A moça sai do banheiro e senta do meu lado e eu pergunto
-Quem é você? Porque esta me ajudando? Oque você quer??- Ela da um breve risinho sarcástico e sai da sala e vai para seu quarto.

por Luciano Costa Ter Jan 22, 2013 11:44 am

Rio de Janeiro - Luciano Costa, Harusklan e Dorothëa BairroComplexodoAlemao1

Mas o que diabos estava acontecendo naquele dia ? tudo estava estranho, tudo estava impossível, criaturas que se assemelhavam com marombeiros de academia me perseguiam, sera que eles haviam ficados bravos por aquela vez que eu fiz um mês de academia e não paguei ? pode ser cara,haha. Tudo bem, isso não é hora de piadas.

Tenho que dizer que a situação estava realmente ridiculamente difícil, as pessoas com que eu falava achava que eu estava ficando louco, eles olhavam para trás e não viam nada me perseguindo, realmente, as vezes esses gigantes sumiam, isso dava tempo para eu parar e conseguir pedir um copo de água em um barzinho e um salgado vencido, ambos de graça, eu conseguia convencer as pessoas apenas com palavras a me favorecerem e me ajudarem, era estranho, mas eu nunca na minha vida inteira levei dinheiro pra escola para comprar lanche, eu apenas falava algumas palavras e a tia da cantina me dava um salgado de graça... simples assim.

Minha avó dizia que eu iria ser presidente por causa da minha... como ele dizia... incolencia, enlocuencia eloquência, isso, eloquência !... A querida vovó Brieba, como eu a amava,morrei com ela ate meus 10 anos, já que minha mãe não podia cuidar de mim devido ao seu trabalho( ela era dançarina de funk), sendo assim eu passa a maior parte do meu tempo ao lado da minha avó.Lembro como chorei quando soube que ele havia sido morta por um infarte.

Enfim, preciso continuar minha historia, após um dia e meio fugindo daquelas coisas eles cessaram durante um tempo, nesse período eu consegui abrigo na casa de um amigo meu do outro lado do complexo. Era nesses momentos que eu agradecia a existência da UPP, só por causa dela eu podia correr fugindo daquelas coisas e atravessar o complexo, se não fosse elas os traficantes teriam atirado em mim assim que me vissem correndo pelo morro.

Enfim, estou na casa do meu amigo a algumas horas, parece que as criaturas realmente cessaram um pouco.

Irei contar agora a historia desde o início, como toda essa loucura começou.

Era uma segunda feira, era uma hora da tarde e a aula havia acabado de terminar, eu cursava meu ensino médio em uma escola publica próximo ao pé do morro, como sempre eu e meu “bonde” estávamos encostados no murro da escola com caixinhas de som tocando rap em um volume alto para todos ouvirem( diferentes de muitas pessoas da periferia nos preferíamos rap ao invés de funk vulgar), algumas “novinhas” passam de short curto na nossa frente enquanto assobiávamos e soltávamos cantadas de pedreiros, juro que uma delas havia me dado bola e deixado um papel cair com o telefone dela, mas um dos meus amigos pegou o papel achando que ela havia dado mole não para mim, mas para ele... pobre coitado.

Depois de algum tempo colocando o papo em dia e ouvindo rap, um dos meus amigos começou a gesticular com os braços como um verdadeiro morador da periferia e a falar:
-- MANO, TO BOLADÃO ! - Falou meu amigo Rafael enquanto colocava os braços cruzados abaixo da axila - -- Tem uns malucos ai do outro colégio tirando onda com a minha cara ! to querendo meter a porrada ! – falou ele enquanto continuava a gesticular com o dedo e falar com uma voz marrenta.

Um outro amigo meu, Paulo, ( que era o único branco entre nós 6) levantou os braços e falou com o mesmo tom marrento.
-- ENTÃO JÁE MENÓ, VAMO METER A PORRADA NESSES CARA ! – Disse ele enquanto enviava a mão na mochila e tirava de dentro dela uma canivete – -- Olha aqui ! quero ver agora se esses filhos das putas vão se meter com a gente.

Tenho que admitir que levei um susto quando vi o canivete, eles estavam muito mais agressivos do que o normal, nenhum de nós portava armas ou qualquer coisa do tipo, quando nós envolvíamos em briga era com as mãos, utilizar armas brancas era algo sujo.

-- guarda essa merda cara, se vamos pegar esses caras vai ser na mão. – Disse enquanto peguei seu canivete e guardei e coloquei no bolso dele

Paulo pareceu irritado com isso, ele havia chegado a falar um palavrão me ofendendo que eu mal ouvi, novamente Rafael enfatizava que devíamos pegar os caras que estavam tirando onda com a cara dele. Depois de algum tempo decidimos ir lá bater de frente com os caras, uma briga foi marcada para 15:00 no campinho da rua Zumbi dos palmares.

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Na hora marcado, os dois “bondes” estavam lá, juro que dei uma risada ao ver o grupo deles, assim como o nosso era um bonde composto por 6 membros, mas 3 deles eram gordos que aparentemente deveriam sofrer bullyng na escola, e os outros 3 magricelos horríveis que deviam sofrer um bullyng ainda pior.

Fiquei ate mesmo com pena de bater neles, mas meus amigos estavam ansiosos para a carníficina começar... coitados... mas eles sabiam o que iria acontecer dali pra frente, eles seriam chacinados por aquelas coisas em menos de alguns segundos.

Mas antes da luta começar eu tentei poupar a vida daqueles gordinhos e magricelos, caminhei a frente do meu grupo e comecei a falar com minha eloquência.
-- Olha rapeize, olhem para si mesmos e depois olhem para meu bonde – apontei para eles e depois apontei para meu grupo - -- Vocês não colocam banca com a gente, então acho melhor meterem o pé e saírem correndo para a mamãezinha, se forrem agora, isso tudo será esquecido e vocês não terrão problemas. – Tentava convence-los a irem embora e desistirem daquilo, se eles existissem com certeza iriam acabar todos no hospital.

Mas para minha surpresa o bonde inimigo apenas riu e começou a avançar contra nós, um dos meus amigos me olhou cum uma cara feia e me empurrou para trás, a briga estava começando.

Um amigo meu acertou o primeiro soco na cara de um dos gordos, o rosto dele não moveu nem um cm pro lado... ele apenas abriu um sorriso e uma coisa extremamente estranha aconteceu, eles começaram a se transformar.
Em poucos segundos eles haviam passado de gordos e magricelos pra gigantes de 2 metros musculosos com tatuagens por todo o corpo, ao ver isso eu recuei para trás, mas meus amigos não pareceram nem um pouco intimidados e continuaram a avançar, me perguntei se eles haviam visto eles se transformarem, hoje eu sei que eles continuaram a ver os gordos.

Meus amigos avançaram, mas em menos de 2 minutos os gigantes os massacram, ouvi espinhas e crânios se quebrarem, 3 estavam mortos e 2 inconscientes, inclusive Rafael e Paulo cujo quais haviam marcado a briga.

-- Semi-deus, agora chegou sua hora de morrer ! – falou o mais dos gigantes que aparentemente era o líder.

-- O-o q-que são vocês ? – perguntei com um tom de medo na voz

-- Lestrigões – falou outro gigante

-- Nós demoramos para encontra-lo e estávamos com fome – falou mais um enquanto os outros concordaram com a cabeça e riram.

Os “lestrigões” começaram a avançar na minha direção, eu não iria ficar ali para ver o que iria acontecer... sabia que abandonar o bonde em batalha era considerado traição, se meus amigos sobrevivessem e me encontrassem novamente eles iria me encher de porrada... mas eu não tinha opção.

Estava me sentindo um covarde por fugi, mas eu sabia que era rápido desde a infância, aquelas coisas nunca iriam me alcançar, então fugi, fugi e fugi, ate conseguir chegar aqui onde eu estou refugiado na casa de meu amigo Talis do outro lado do complexo.

Talis também é branco mas um pouco mongol, contei para ele minha historia e o maluco acreditou !, ok, talvez eu estivesse ficando maluco igual a ele e tudo aquilo fosse uma alucinação de maluquice, mas eu fiquei feliz que ele havia acreditado.
Talis me contou que eu não podia ficar ali, se as criaturas me achassem elas poderiam destruir a casa, eu concordei e prometi que iria partir assim que a mãe dele fizesse o almoço.

Depois do almoço Talis me cedeu sua mochila com algumas roupas deles, comida, água e algumas outras coisas importantes para fugir do morro, inclusive uma adaga medieval árabe que ele havia ganho do avó que viajava.

ele disse que eu devia descer o morro o morro e procurar ajuda em algum local.
Novamente concordei.

...
...
...

Então aqui estou eu as 16:00 descendo o morro do alemão sem rumo e sem causa, não posso voltar pra casa senão serei internado pela minha mãe, ou pior, podem achar que eu matei meus amigos, eu só tinha uma opção, fugir.

Spoiler:

por **Poseidon** Ter Jan 22, 2013 5:01 pm

Haru vê o noticiário, e sua própria foto na Televisão. Por sorte, a mulher não viu. Ela volta, vestindo a camisola e um short, secando o cabelo. Se surpreende com as perguntas, vendo o menino ir para o quarto. Fala:

- Sugiro que vá tomar banho! - O semideus ouviu-a sentar-se na sala e trocar de canal. Ele havia assistido o Jornal da Band; Ela veria o Nacional. Talvez ele aparecesse novamente.

--Ψ--

Luciano descia o Morro do Alemão, com sua mochila. Alguns olhavam para ele, outros nem davam bola. Mas em verdade seu caminho estava sendo simples, sem maiores problemas. A descida cobrava seu preço, por ele ter que sustentar seu peso e da mochila, começando a deixá-lo cansado, mesmo que menos do que pessoas normais se sentiriam, apesar de ele não saber (-5 de Stamina por enquanto). Por ter saído às pressas, sentiu um pouco de fome. Tinha 50 reais consigo, daria para comer, claro.

por Luciano Costa Ter Jan 22, 2013 6:03 pm

Após ter feito a descida do morro, vou ate a pastelaria mais próxima e me sento naquelas cadeiras que giram, não estava a fim de ter que conversar com o cara para conseguir comida grátis, afinal, o grátis era sempre acompanhado de comida velha ou queimada, já que eu estava com fome iria querer um pastel bem caprichado.

Pedi para a garçanote um pastel de queijo com uma guaracamp, após me satisfazer comendo e chegar a hora de pagar, tento arrumar um desconto dizendo:
-- Só tenho esses 50 reais senhorita – Dizia tentando parecer o máximo educado e amável possível - -- Preciso comprar os remédios da minha avó com esse dinheiro. - olhei para baixo como se estivesse triste e chocado

-- Eu estava com muita fome, então decidi gastar um pouco do dinheiro do remédio pra comer. – Falava enquanto retirava o dinheiro do bolso - -- A Senhorita poderia fazer um desconto ? assim minha avó não perceberia que eu gastei seu dinheiro para comer.

Falava tudo isso olhando pra baixo e passando um ar de tristeza, se funcionar ou não funcionar, pago o pastel e o guaracamp e vou embora pegando um ônibus para a zonal sul, lá eu tinha mais chance de “conseguir” mais algum dinheiro e achar ajuda.

por **Poseidon** Ter Jan 22, 2013 7:30 pm

A mulher não acredita nele, e vende pelo preço normal: R$3,50, com o Refri. Ele sai tomando, e pega uma passagem de ônibus, que custa mais R$ 2,50. Chegando na Zona Sul, sem nenhum incidente ainda, o que ele faria?

[-5 de Stamina]

por Luciano Costa Qua Jan 23, 2013 8:04 pm

Eu realmente não sabia o que procurava ou o que estava atrás, decido parar para respirar alguns minutos e colocar as coisas em ordem na minha cabeça.
Ok... eu sabia que tinha de fugir, mais daquelas coisas poderiam vir me procurar, o “Lestrigão” como ele próprio havia se chamado, mencionou a palavra semi-deus, seria eu algo parecido com um anjo ou um ET ? ou ate mesmo um novo jesus ? hahaha, que loucura, já pensou ? LUCIANO COSTA ! O PROFETA DO RIO DE JANEIRO !
Ok ok... não tenho tempo para tantas brincadeiras, estou lembrado que nas aulas de historias o professor mencionou que os deuses greco-romanos desciam do olimpo e faziam filhos com humanos, para essas crianças era dado o nome de semi-deuses.
Será que seria isso ? nhá... claro que não, mas eu tenho certeza que possuo algo de especial... então devem haver outros como eu, talvez eu consiga acha-los e eles tenham repostas.

Mas antes de procuras as respostas eu preciso de mais dinheiro, não estou muito afim de começar a fazer pequenos furtos como fazia antigamente, acho que poderia arrumar dinheiro de uma forma mais “honesta”.
...
...
Penso durante um tempo ate que tenho a seguinte ideia: Iria pegar uma camisa verde na minha mochila e vestir, era a mesma cor de camisa que os guias espalhados pela cidade vestiam para guiar os turistas. A Zona-sul era um bairro rico aonde pessoas de todo o mundo iam para conhecer o rio de janeiro, sendo assim tento achar uma família ou um casal de brasileiros e logo me ofereço para guia-los pela cidade, cobrando 50 reais. Eu andava pela cidade a muitos anos, sabia tudo sobre ela e poderia usar isso para ganhar dinheiro, era o que eu iria fazer.

por **Poseidon** Qua Jan 23, 2013 11:18 pm

Ele troca de camisa, parecendo um Guia. Pouco tempo após ficar oferecendo seus serviços, uma mulher de cabelos morenos, visivelmente italiana, fala em um inglês bom, misturado em pontos com o italiano:

- Per favore, can you show me the Maracanã and other places? Io arrived here today, I want to know more of Rio before go to the spiagga. Please? - Ela gesticulava bastante, típico de italianos.

Incrivelmente ele, que não sabia um pingo de inglês, entendera mais ou menos "Por favor, blablablabla Maracanã blabla? Blablablablablablablablabla." Como se comunicaria com ela? Sendo um guia, era esperado que soubesse inglês e falasse dos lugares para ela.

Importante:

por **Dorothëa** Qui Jan 24, 2013 1:55 am

MAKAVELL, Dorothëa
Leblon, Rio de Janeiro/RJ

Um agudo rascante me puxou a força do mundo dos sonhos, obrigando-me a abrir os olhos. O despertador do meu celular era um caos sonoro que se resumia na mistura de explosões, agudos de guitarra e cantoras de ópera (durmo feito uma pedra e não acordo com nada menos do que isso). Quando a habitual confusão matinal se dissipou, fui atropelada por um fato triste e sombrio: hoje eu completava exatamente dezesseis anos.

Fui contaminada pelo mau humor originado pela data e, para compensar, soquei o aparelho com vigor. Quebrou imediatamente quando chocou-se com a parede e caiu no chão.
Levantei, escovei os dentes, tomei banho e substitui minha roupa de cama por uma camiseta preta simples (contrastando com o tom "Gasparzinho" da minha pele), jeans rasgadas nos joelhos e um par de Adidas marrons com detalhes em dourado (meu favorito). Tentei pentear meu longo cabelo preto-azulado, mas desisti quase instantâneamente. O joguei por sobre o ombro direito e fiquei satisfeta com o resultado. Coloquei a mochila nas costas e, finalmente, desci as escadas.

Minha mãe, Nora, se encontrava sentada no sofá com uma expressão aflita e preocupada. Éramos bastante parecidas, a ponto de eu pensar se, no futuro, seria como ela. Estremeci com a ideia, já que os meus maiores pesadelos vinham a cerca da idade: eu, velha e ressecada como uma uva passa, sem forças até para andar; ou velha, com marido, filhos, netos e bisnetos, todos a minha volta enquanto eu morria de um ataque cardíaco. Era uma paranoia desnecessária nessa idade, mas o que eu podia fazer? Era o meu medo.

Ele tinha dois pequenos embrulhos dourados no colo, mas a expressão no seu rosto não indicava que havia motivos para festejar. Fiquei diante dela e, mesmo assim, foi preciso dar bom dia duas vezes para que notasse minha presença. Ela se levantou sobressaltada, me abraçou desajeitadamente e disse que tinha presentes para mim. Jura?, pensei. Sentamos, joguei a mochila no encosto do sofá e abri o maior primeiro. Um iPhone preto de última geração reluziu em minha mão quando o libertei da caixa. Minha mãe deu um meio sorriso e disse:
"Receio que tenha, sem querer, quebrado o outro hoje de manhã, exatamente como faz em todos os seus aniversários. Só peço que trate este com mais cuidado." Agradeci silenciosamente e abri o o outro embrulho. Dentro havia uma caixinha aveludada que guardava uma linda joia: uma corrente simples de ouro branco, com um pingente de crânio de caveira feito do mesmo material. Ao invés de órbitas vazias, duas delicadas ametistas brilhavam, tornando a peça ainda mais interessante. Não sou fã de acessórios fúteis (e olha que minha mãe é uma designer de joias renomada no Brasil e também na América do Norte), mas por este em especial eu me apaixonei. Eu adoro caveiras.
"Que bom que gostou, filha." disse minha mãe.
"Sim, eu adorei. Pode colocar pra mim?" e me virei de costas, segurando o cabelo.
Quando teminou, ela disse:
"Dorothëa, tudo o que eu faço pode parecer inútil para você e tudo o mais, mas precisa saber que nem toda joia é só uma joia. Vai descobrir isso logo, já que está se tornando uma mulher e vivenciará muitas coisas durante a sua vida, filha." tentei protestar, mas ela continuou "Tudo o que faço é para te dar uma vida de conforto e qualidade, um pedido do seu pai."
Meus punhos se fecharam a ponto das unhas ferirem as palmas das mãos. A menção do meu pai era um assunto sério entre nós duas e ela sabia disso.
"Ele ficaria orgulhoso de ver o quão linda e fantástica sua filha é..."
"Se esse babaca realmente quisesse o que você está dizendo, teria nos abandonado. Se toca, mãe! Ele te usou!" explodi.
"Isso não é verdade e você logo entenderá, minha querida. Deixa eu te explicar..."
"Esquece. Estou atrasada para aula. O José já deve estar me esperando a um tempão." me levantei, peguei minhas coisas, afundei o celular novo no bolso da calça e fui em direção a porta.
"José é pago para ter paciência e te esperar. Volte aqui imediatamente, Dorothëa Makavell!" disse, acreditando que a sua autoridade de mãe pudesse me impedir de fazer o que estava prestes a fazer.
"Fui." gritei ao bater a porta atrás de mim, correndo para o elevador e socando o botão do térreo.

(...)

O restante da manhã e toda a tarde passaram sem que eu sentisse. Isso está associado ao fato de ter TDAH. Há momentos em que o tempo parece nem existir, mas tem outros em que ele parece se estender infinitamente. José, o motorista, me levou à escola em tempo recorde. No colégio, as aulas foram todas um tédio. Passei todo o tempo rabiscando meu caderno ou jogando um game de zumbis que baixei no iPhone pelo wi-fi.

Na saída, não estava nenhum pouco interessada em voltar para casa. Não estava disposta a ouvir o que quer que seja que minha mãe quisesse me contar. Fui até a Starbucks mais próximo e tomei um café americano tamanho venti, sem açúcar, despertando corpo e alma. Quando o terminei, pedi outro para viagem e fui tomá-lo na rua, caminhando sem nenhum propósito senão me manter o mais afastada possível de tudo e todos.

Mais uma vez o tempo passou como poderosa rajada de vento, levando horas da minha vida consigo. Já era tarde e eu estava numa rua mal iluminada que eu não conhecia. O fluxo de pessoas estava quase escasso e, as poucas que eu via, iam em direção oposta a mim. Ótimo, finalmente vou poder ficar um pouco sozinha, pensei.
Um instante depois, ouvi os sons de uma briga que ocorria não muito distante de onde eu estava e decidi apressar o passo, procurando a origem da movimentação. Ao alcançar ao final da rua, dobrei a direita e estaquei de imediato.

A uns cinquenta metros, uma menina estava deitada no chão enquanto um enorme cachorro de pelagem negra a atacava com mordidas ferozes. A cena foi chocante e bagunçou todos os meus sentimentos. Horrorizada, mas decidida, avancei aos gritos, com passos rápidos até onde estavam, tentando despachar o cachorro. Quando fiz isso pensei: Estou morta!
Você vai ficar tão surpreso quanto eu ao saber que o cão, ao se dar conta da minha presença, pareceu temeroso e tropeçou nas próprias patas traseiras enquanto batia em retirada, chorando como um filhote.
Não perdi tempo e corri até a menina deitada no chão. Enquanto me aproximava, notei que era menor e aparentemente mais nova que eu. Loira e bonita, trajava um macacão prateado e calças de camuflagem cinza. Ela estava deitada sobre um arco e uma aljava cheia de flechas, o que achei bastante curioso, mas deixei a estranha situação em segundo plano e corri ao seu socorro. Ao ajoelhar ao seu lado, soube no ato que não havia como salvá-la. Seu pescoço e o ombro estavam mutilados, criando uma enorme poça de sangue no calçamento. Ela estava condenada a morte.
Ainda viva, respirava com dificuldade e tossia engasgada com o próprio sangue. Aparentemente não conseguia me enxergar e quando me aproximei, tateou o chão com a mão trêmula, procurando-me ansiosa. Segurei-a com uma mão enquanto que com a outra eu discava o número da emergência, mas senti o seu aperto de mão e soube que era tarde demais.
Ela falecera.

(...)

Fiquei sentada ao lado do cadáver sem saber o que fazer ou quais procedimentos tomar quanto a retirada do corpo. Se eu ligasse para a polícia, poderia ser presa, afinal de contas, que provas eu tinha de que um cachorro mutante a havia mordido? Claro que as marcas do pescoço são bem claras, mas estamos falando da polícia brasileira: nada eficiente. Decidi então que contataria minha mãe para me dar ao menos uma força e, enquanto discava o seu número, a minha perspectiva de vida começou a mudar radicalmente.

A pele da garota começou a cintilar com um brilho fraco, que foi se intensificando gradativamente. Quando ficou forte o suficiente a ponto de não ser capaz de olhar, uma espécie de explosão silenciosa aconteceu e, quando vi, a alma da garota havia se desprendido do corpo e se encontrava diante de mim. Parecia uma réplica incolor da menina deitada na minha frente. A única diferença é que onde deveriam ser suas pernas, ela era lisa e ondulava como se fosse seda. Eu a observava boquiaberta e incrédula.
Finalmente ela percebeu que eu a olhava diretamente. Olhou para trás e para cima como se procurasse alguma coisa e por fim disse:
"Você está olhando... para mim?" seu português era afetado pelo sotaque americano e sua voz era baixa como um sussurro, mas eu compreendia e ouvia tudo perfeitamente. Só pude balançar a cabeça em concordância.
"Por Ártemis, eu não acredito que fui dar de cara justamente com uma filha de Hades enquanto morria!" disse, animada. Parecia muito radiante para alguém que acabara de morrer.
"Desculpe... filha do que?"
"Não do que, criança, mas sim de quem. Hades, deus do Mundo Inferior, rei dos mortos, que é o que sou agora, essas coisas."
"Está falando daquele deus da mitologia grega?"
"Ora, se tivesse outro deus com este nome certamente eu saberia. Sim, o próprio."
Devo ter caído e batido com a cabeça, pensei. Estou ficando biruta, é essa a resposta para toda essa loucura. Dei uns tapas na minha cara para recobrar a consciência, mas a cena não mudou em nada.
"Você por acaso é masoquista?"
"Mas que diabos... espera, quem é você?"
"Sou Mabel, servente e caçadora de Ártemis, a deusa da lua. Bom, eu era há poucos instantes, antes daquele cão infernal me surpreender. Se eu tivesse previsto seus movimentos com mais antecedência... Mas esse é o preço pelo meu desleixe, afinal de contas, estava a mais de duzentos anos sem ir a uma missão solo e..."
"Espere! Caçadora? Ártemis? Você tem... tinha mais de duzentos anos? Meu Deus, o que está havendo comigo!" coloquei as mãos na cabeça e pensei que sucumbiria ao choro. Me sentia completamente insana, mesmo com a realidade bastante clara a minha volta.
"Me fale seu nome, jovem." pediu Mabel.
"Dorothëa."
"Não tenho muito tempo para lhe explicar tudo, já que logo meu corpo terá de se unir aos cosmos e as estrelas, enquanto minha alma irá para os Campos Elíseos. Portanto, Dorothëa, peço que preste bastante atenção." e, assim, eu soube que o mundo em que vivia era uma mentira.

(...)

Por horas Mabel e eu conversamos sobre quase tudo: que todos os deuses gregos existiam, tal como seus inimigos; que os mitos sobre herois e monstros descritos até os dias atuais são relatos verídicos; que os deuses ainda se relacionavam com humanos e com eles tinham filhos, chamados de semideuses ou meio-sangues; que para estas crianças, havia um local especial onde elas desenvolviam todo o seu potencial, mas que sucumbiu perante as forças dos titãs. Mas o que mais me chocou foi o fato de eu ser uma semideusa. E pior: filha do mais perverso deles (ao menos é isso o que os mitos nos fazem crer). De acordo com Mabel, por ser filha de um dos Três Grandes, que são Zeus, Poseidon e Hades, eu estava destinada a feitos memoráveis. Em contrapartida, seria uma das semideusas mais perseguida por monstros, outros deuses e, supunha ela, até mesmo os titãs
As informações eram absorvidas como se fossem ácido, ferindo minha consciência e o meu ser. Era incrível como as coisas não são o que elas parecem ser.

Além disso, aprendi muito sobre as caçadoras: imortalidade (até que morresse durante uma peleja); arqueiras talentosas; livres do amor romântico; companheiras leais, quase irmãs, ligadas por laços fortes de união e empatia. Neste grupo eu fiquei especialmente interessada. Pensei nas implicações disso na minha vida e como se encaixava perfeitamente com o que eu almejava para o meu futuro. Claro, não estou dizendo que ser filha de um deus e sair com um grupo de meninas para caçar monstros estivesse nos meus sonhos para os anos seguintes, mas servir à deusa mais poderosa, sábia e incrível de todas, viver eternamente ao lado de uma família completa e sem a dor do amor (a mesma dor que minha mãe sente até hoje), pareciam motivações suficientes para me fazer perguntar:
"Como eu posso fazer parte das caçadoras de Ártemis."
"Isso é muito simples!" exclamou, radiante! "Você só precisa repetir o que vou te dizer, mas terá de fazê-lo com comprometimento e sinceridade, pois é um juramento para com a deusa Ártemis. Caso contrário, a ursa maior poderá vir devorar a sua cabeça. Pronta?"
"Não..."
"Perfeito!" ela me disse a curta frase que selava o juramento.
Disposta e comprometida, falei com a voz mais audível que me era possível:
“Eu me comprometo com Ártemis. Dou as costas para a companhia dos homens, aceito a virgindade eterna e me junto á Caçada.”

Fisicamente, eu me sentia mais poderosa e disposta. Mentalmente, eu me sentia mais sábia, como se a imortalidade já me refletisse os conhecimentos vindouros. O fantasma de Mabel sorria para mim com prazer, deleitando minha nova posição. Quando finalmente desfez o sorriso em sua boca espectral, Mabel disse:
"É chegada a hora. Preciso partir. Estou quase ultrapassando o limite de tempo que me é permitido continuar vagando pelo mundo."
"Foi um prazer conhecê-la, Mabel. Descanse em paz."
"Em paz? Certamente eu e nossas outras irmãs falecidas iremos comemorar a minha chegada. Os Campos Elísios serão pequenos para nós." e deu uma risada contagiante. "E Dorothëa, por favor, aceite meus pertences de presente. Tenho absoluta certeza de que lhe servirão bem, tal como serviram a mim. Boa sorte e desejo uma vida longa a você tanto quanto foi a minha."
Neste instante, o corpo de Mabel começou a brilhar ainda mais intensamente que da vez anterior e se transformou em esferas de luz que ascenderam aos céus quase imediatamente, unindo-se às constelações de estrelas, símbolos do poder da deusa Ártemis. Enquanto isso, sua alma adquiriu um brilho dourado e sumiu em um rodopio reluzente. Mabel fizera a partida tranquila e orgulhosa por todos os seus feitos.
Ainda sentada no chão, olhei os presentes deixados por ela. O arco era curto, feito de teixo. Já a aljava era simples, apenas de couro, e carregava quinze flechas de bronze celestial que, de acordo com Mabel, era o metal adequado para se combater criaturas míticas como monstros, outros semideuses e até mesmo os próprios deuses (poucos sobreviviam contra estes). Me levantei e coloquei a aljava nas costas, posicionei o arco e testei a sua corda. Satisfeita e muito agradecida, também o pendurei nas costas.
Olhei para o céu e a noite não parecia ter fim. Enquanto o vento soprava na minha nuca e fazia meu cabelo esvoaçar, pensei em tudo o que aconteceu comigo nas últimas horas e a implicância de tudo isso para o meu futuro. Eu jamais voltaria a ser eu mesma. Havia em mim uma nova Dorothëa, e eu me orgulhava disso. Enquanto refletia, um calafrio me percorreu a espinha instintivamente busquei a origem do meu alerta natural. No chão aos meus pés, o asfalto se transformou em terra e, dela, brotavam dois itens segurados por mãos esqueléticas: uma mão segurava uma bainha para perna com uma adaga de lâmina negra; já a outra trazia um diamante, também negro.
Se eu tinha dúvidas de que eu era mesma filha de Hades, deus do mundo dos mortos, essa dúvida morrera ali. Peguei os objetos, prendi a bainha na perna direita e coloquei o diamante no bolso da jeans.

"E agora, pelos deuses, o que eu devo fazer?" murmurei ao vento, esperando ser ouvida. Nunca havia me sentido tão perdida.

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